Quando o consumidor encontra o panetone na prateleira em novembro ou a caixa de chocolates especiais já no início da quaresma, não imagina que por trás daquela exposição pontual existe uma operação logística planejada com meses de antecedência.
No universo dos alimentos importados, datas sazonais como Páscoa, Natal e Dia dos Namorados movimentam a cadeia logística de forma intensa e qualquer deslize pode comprometer não apenas vendas, mas relações comerciais inteiras.
Janela de venda curta, riscos altos
Produtos sazonais têm um ciclo de vida limitado: chegam ao varejo com data marcada para começar a vender e, principalmente, para deixar de vender. Isso significa que qualquer atraso em embarque, desembaraço ou entrega impacta diretamente o faturamento.
Em vez de gerar lucro, o produto que chega atrasado vira encalhe. E o prejuízo não é só financeiro: a perda de confiança entre fornecedor e varejista pode custar futuros contratos.
Espaço limitado, pressão máxima
Em datas sazonais, o gargalo não está só na alfândega, mas também no armazenamento interno e na distribuição final. Centros logísticos ficam sobrecarregados, os fretes internos encarecem e o risco de ruptura aumenta.
Empresas que não se antecipam disputam espaço com dezenas de outras cargas que “também são urgentes”, gerando atrasos e, muitas vezes, multas contratuais.
Planejar com antecedência é parte da estratégia
O segredo está em trabalhar com margens de segurança:
- Prever picos de demanda com dados históricos;
- Reservar espaços logísticos com antecedência;
- Garantir rotas e parceiros confiáveis, principalmente em períodos de alta.
Importar com previsibilidade e controle pode não ser visível para o consumidor final, mas é o que garante que o produto esteja lá, exatamente quando ele é esperado.
Cadeia internacional, impacto local
A sazonalidade global também interfere: em épocas como Natal e Black Friday, portos e terminais logísticos ao redor do mundo enfrentam aumento na movimentação. E isso afeta até mesmo cargas que não têm relação direta com as datas.
Por isso, importar alimentos e bebidas em períodos críticos vai além do embarque. Requer visão logística, estratégia comercial e planejamento de ponta a ponta.