Os sólidos resultados financeiros dos armadores nos últimos trimestres vinham sustentando uma verdadeira “corrida aos estaleiros” para encomenda de novos navios, mas que já tem perdido força à medida que a demanda vem arrefecendo em todo o mundo (sobretudo em razão da retomada de gastos com serviços em detrimento de produtos e da redução dos incentivos fiscais por parte dos governos). Além disso, 4 fatores darão impacto a logística em larga escala. Veja quais abaixo.
Oferta X Demanda
Em linhas gerais, sob a ótica do transporte marítimo, já é fato que entraremos o ano com fretes bastante abaixo do observado nos últimos dois anos, mesmo que ainda acima dos níveis registrados em 2019 (último ano “normal”). Ao todo há cerca de 917 navios (7 milhões de TEUs) encomendados, o equivalente a 27,4% da frota mundial em operação! Essa marca não era atingida desde 2011.
IMO 2023
Outro fator que pode contribuir com os armadores no ajuste da oferta a uma demanda mais fraca é o IMO 2023. Essa nova regulamentação internacional que entrou em vigor no último dia 1º de novembro e pode levar ao sucateamento de navios ineficientes, além da redução da velocidade dos navios visando reduzir as emissões (a Drewry estima que uma redução de 10% na velocidade possa demandar um aumento de 10% na frota mundial).
Maior presença dos armadores na cadeia logística
Outro tópico que certamente fará parte da agenda de 2023 é a verticalização e a expansão da presença dos armadores na cadeia logística. No quesito da verticalização, por exemplo, estão surgindo debates no Brasil, pois tal questão influi no processo de privatização dos portos.
Investimento em automação e digitalização das operações
Por fim, os processos de automação e digitalização continuarão em ritmo acelerado. Um relatório do Banco Mundial e da Associação Internacional de Portos e Terminais (IAPH) concluiu que uma melhor colaboração digital entre entidades públicas e privadas em toda a cadeia de suprimentos marítimos resultaria em ganhos significativos de eficiência e cadeias de suprimentos mais resilientes, além de alcançar benefícios de segurança e proteção ambiental.