Ao mesmo tempo em que o mundo tenta combater a COVID-19, um dos principais debates neste momento refere-se em como reativar o crescimento da economia global no pós-pandemia. Com o apoio das autoridades e especialistas, diversos países avaliam que medidas sustentáveis devem ser consideradas estratégias essenciais para esse fim.
Dentre as práticas sustentáveis com forte capacidade de aceleração econômica, as fontes renováveis oferecem uma plataforma estável e segura para aliar políticas econômicas de curto prazo, com foco na atração de investimentos e na geração de empregos e renda, a metas de diversificação de suprimento elétrico e de sustentabilidade, voltadas ao médio e longo prazo. A geração de energia elétrica limpa, em especial a fonte solar fotovoltaica, exibe-se como uma importante alavanca para reaquecer a economia diante da crise do novo coronavírus.
No caso de países europeus, por exemplo, o plano de recuperação econômica apresentado pela Comissão Europeia inclui fontes renováveis como uma peça-chave no confronto aos efeitos da pandemia da COVID-19. Batizado de “Next Generation EU”, o programa tem como um dos pilares estratégicos a geração limpa de eletricidade, principalmente por meio das fontes solar e eólica.
O plano garantiria 750 bilhões de euros para subsidiar investimentos em projetos de geração renovável, construções sustentáveis, redes 5G, requalificação de trabalhadores, entre outras iniciativas. Representantes do organismo afirmaram que fontes renováveis e armazenamento de energia serão priorizadas no fundo e o setor produtivo aguarda a divulgação de mais detalhes sobre o ambicioso programa europeu.
Este “Acordo Verde” tem como objetivo estimular empregos e crescimento econômico, aliado à proteção ao meio ambiente, em vista de outro desafio que paira no horizonte: o aquecimento global. Assim, a proposta mostra a dedicação da sociedade europeia em busca de mais resiliência, autonomia e de soluções que aproveitem os recursos locais abundantes, reduzindo a dependência de recursos escassos e finitos.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – IRENA), a solar é a fonte renovável que mais promove empregos no planeta, sendo responsável por mais de um terço dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo.
Diante deste cenário, o Brasil pode encontrar oportunidades surpreendentes em meio à crise. O País possui amplos recursos renováveis, com radiação solar muito superior à dos europeus. Além disso, temos vasta área territorial, equivalente a toda a área da Europa Ocidental, além de telhados e até superfícies de reservatórios hídricos, disponíveis para gerar energia pelo sol.
Com a fonte solar, o Brasil tem a seu favor um instrumento estratégico em prol da retomada da economia e da criação de empregos locais. A tecnologia fotovoltaica cessa as despesas dos consumidores com eletricidade, protegendo-os dos aumentos recorrentes em tarifas. Isso traz mais segurança e estabilidade, mesmo em cenários divergentes. Por isso, além de fortalecer a atividade econômica do País, a solar ajuda a mobilizar os setores produtivas brasileiros, do agronegócio ao comércio, dos serviços à indústria. Para o poder público, colabora na recomposição dos cofres públicos, via arrecadação sobre as atividades do setor.
O desenvolvimento de novos modelos de negócio mostra como este setor é dinâmico, flexível e adaptável às mudanças. Novas tecnologias surgem a cada momento, dando espaço para as soluções mais versáteis, robustas e competitivas. Entre elas, se destacam baterias para armazenamento de energia elétrica, módulos e inversores fotovoltaicos cada vez mais habilidosos e uma série de novas aplicações, como uso de drones com câmeras térmicas para monitoramento e segurança das usinas e pequenos sistemas, que medem, em tempo real, temperatura, funcionamento dos módulos, sombreamento e necessidade de manutenção, entre outros inúmeros lançamentos na área.
Com forte combinação de benefícios e em constante evolução, a fonte solar se mostra cada vez mais pertinente ao desenvolvimento da economia brasileira e de muitas nações do planeta. Uma das grandes lições que a pandemia traz aos líderes mundiais e a toda a sociedade é que devemos repensar o modelo de sociedade que queremos para o presente e o futuro. Que possamos trabalhar juntos para construir uma sociedade que acelere a prosperidade econômica com o devido cuidado ao meio ambiente e que se torne, ao mesmo tempo, mais próspera, resiliente e sustentável.